Oficinas e cursos

Abaixo um resumo de cursos e oficinas

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^{Mimo Corpóreo}

Apresentação:

O Mimo Corpóreo foi desenvolvida pelo artista francês Etienne Decroux(1898-1991), conhecido como o pai da mímica moderna e de grande influência no teatro contemporâneo, iniciou sua carreira em 1923 na Ecole du Vieux Colombier sobre a direção de Jacques Copeau e trabalhou como ator nas companhias de Louis Jouvet, Gaston Baty e Charles Dullin Théatre de L’Atelier. Em 1941 abriu sua própria escola de mímica corporal trabalhando sobre a análise do corpo desconstruindo-o e re-construindo-o em três dimensões, inspirando-se em estátuas gregas e do escultor Auguste Rodin.

Decroux desenvolveu uma técnica corporal autônoma que tem como objetivo colocar o drama dentro do movimento, ampliando-lhe suas possibilidades o corpo como o principal meio da expressão. Sem querer substituir os gestos pela palavra, como acontece na pantomima, o Mimo Corpóreo estuda profundamente o movimento, aplicando os princípios essenciais do drama: pausas, hesitação, peso, resistência, surpresa, etc.

O Mimo Corpóreo é basicamente uma técnica voltada para a criação de um corpo expressivo transportando a essência do drama ao movimento.

Porque o Mimo Corpóreo?

O Mimo Corpóreo pode ser chamada da arte de movimento em lugar de arte de silêncio, ele compreende: técnica, conceito e um vasto repertório de peças e figuras.

A técnica é o estudo detalhado e sistemático do movimento produzido pelo corpo humano, promovendo uma pesquisa profunda da articulação no corpo e no espaço, conscientização do uso do peso, tensão/relaxamento muscular, níveis de energia e ampliação das capacidades expressivas, tendo como perspectiva formar um repertório corporal e dramático destinado à prática teatral.

O conceito é um convite à observação dos movimentos intercorporais e extracorporais de uma maneira nova e mais detalhada, estendendo o repertório de possibilidades e colocando o movimento como integrante na composição pessoal de cada intérprete.

Mimo Corpóreo no treino do ator.

Sem querer substituir a palavra pelo movimento o Mimo Corpóreo vem dar a autonomia ao corpo, transformando-o em poderoso instrumento, aplicando princípios antes somente conhecidos no trabalho com texto escrito/falado, articulação, volume, entonação etc, transformando assim o corpo em um órgão de expressão autônomo e sem o impedimento da utilização de outros elementos no resultado final do trabalho, pois a mímica corporal não e o “fim”, mas o “meio”, um treino para a ampliação expressiva independente das escolhas estéticas finais de quem realiza o treinamento.

A técnica sistematizada por Decroux está presente em tudo que denominamos mímica nos dias de hoje, criada exclusivamente para o treino completo do ator, ampliando-lhe a expressividade física e emocional.

“O mímico é um ator dilatado.” – Etienne Decroux.

Narrativa Corporal

Chamo de narrativa corporal, o conjunto de ações e micro-ações subjetivas e não conscientes realizadas durante a execução de coreografias ou cenas corporais, esta ‘narrativa subjetiva’ é que dá o sentido de “verdade humana” as ações.

O trabalho consiste em estudar gatilhos corporais que ativem essa subjetividade durante o treinamento corporal, buscando agregar a esse trabalho a dilatação da presença cênica e a expressão de um corpo não cotidiano, criando assim cenas, coreografias e movimentos “preenchidos”, a ação física acompanhada da ação subjetiva.

OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS:

A Oficina tem como objetivo principal auxiliar o participante a experimentar novas possibilidades de criação através das ações corporais, pelo treinamento e o estudo das possíveis subjetividades aplicadas a ação, buscamos aumentar a conscientização do corpo em cena, a criação de narrativas corporais complexas e não-coreográficas, vivas e repletas de sentido.

O treinamento trabalha sobre a ampliação da consciência corpo-espacial e o aumento do repertório das possibilidades físicas através dos estudos do isolamento corporal, articulações no corpo e no espaço, ritmos dinâmicos (dinâmicas das ações), compreensão das nuances entre a tensão e relaxamento, níveis de energia e contrapesos (estudos das ações físicas), sempre visando à criação de cenas corporais sem o uso da palavra, onde cada gesto, olhar e respiração estará em função da construção de uma linha narrativa dramática pela imagem.

Composição Corporal

Curso de preparação de atores para vídeo, cinema e mídias digitais

Voltado a atores, performers e especialmente pessoas neurodivergentes, este curso desenvolve a expressividade corporal e a escuta emocional para atuação frente à câmera. A metodologia integra a o Mimo Corpóreo (criada por Etienne Decroux) com princípios da neurociência do movimento e da emoção, buscando um corpo presente, articulado e afetivo.

Trabalhamos com fragmentação corporal, ritmos, impulsos, pausas e composição de gestos orgânicos — desenvolvendo a consciência do corpo como narrador. O curso parte de ações simples, que se tornam cenas expressivas para vídeo, sem recorrer a fórmulas coreográficas.

Ideal para quem deseja afinar seu corpo como instrumento cênico, compreender o vínculo entre emoção e gesto, e explorar novas formas de atuação audiovisual a partir do próprio corpo.

Clown e o coração do Palhaço

Trabalhando a descoberta do palhaço por uma abordagem mais física, a oficina tem como objetivo auxiliar ao aluno a construir por sua experiência pessoal a expressão pelo universo do palhaço, aplicando um treinamento diferenciado, através da mímica, improvisos e a manipulação de objetos tantos os iniciantes como os alunos que já trabalham/pesquisam com o palhaço terão a oportunidade de experimentar uma forma diversa de expressão.

Nenhuma experiência é requerida. A única condição é o desejo de experimentar o corpo como principal meio de expressão.

Abordando o universo do palhaço pela sua fisicalidade, o workshop tem como objetivo auxiliar ao aluno a despertar sua comicidade pelo exercício de conscientização de sua presença em cena. Assumindo o “estar presente” como ponto de partida esse estudo avança em direção a descoberta/construção do palhaço pela sua essência e a subjetividade das ações corporais.

Objetivos:

Como e onde utilizar este personagem?
Dar o embasamento teórico para a pesquisa do clown/palhaço
Treino físico para “desmontar” estruturas corporais e bloqueios ao trabalho
Buscar o personagem essencial do palhaço
Que tipo de palhaço somos?
Jogos “Clownescos” (estrutura branco-augusto, etc…)

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PALESTRAS E AULAS

Intervenções Teórico/práticas

Palestra: “Criar é Humano – A Neurociência da Imaginação”

Criar não é dom exclusivo dos artistas — é uma capacidade natural do cérebro humano. Nesta palestra, vamos explorar como o cérebro cria conexões, associa ideias e transforma experiências em soluções, histórias, imagens e invenções. A partir da neurociência, discutimos como a criatividade nasce do entrelaçamento entre memória, emoção e movimento.
Mesmo quem não se considera criativo já é — só precisa entender como acessar esse potencial.

Uma conversa leve, acessível e inspiradora para todos os públicos.

Palestra: “Corpos que Criam Diferente – Neurodivergência e Expressão Artística”

Criar é também uma forma de existir no mundo. Esta palestra propõe uma reflexão sobre como a arte pode ser espaço de acolhimento, escuta e potência para pessoas neurodivergentes. A partir de experiências em treinamento cênico, práticas corporais e fundamentos da neurociência, discutimos como cérebros que funcionam de modos diversos geram formas singulares de imaginar, compor e se expressar.

Falaremos de criação artística como caminho de cuidado, de práticas inclusivas como potência estética, e de como o teatro, a dança e o vídeo podem abrir espaço para subjetividades múltiplas, sem normatização ou correção.

Para educadores, artistas, terapeutas e todos que acreditam na arte como lugar de invenção de si.

Palestra: “Filosofia do Lado B – Liberdade, Corpo e Sentido da Vida”

Nesta conversa, mergulhamos no “lado B” da filosofia: pensadores que ficaram à margem dos currículos tradicionais, mas que propuseram visões potentes sobre existência, liberdade e criação. Spinoza, Nietzsche e outros corpos estranhos ao centro do pensamento ocidental nos guiam por perguntas urgentes: o que é viver com potência? Como criar sentido num mundo sem garantias? E se o corpo for mais sábio que a razão?

Sem fórmulas ou verdades prontas, esta palestra convida a pensar de forma sensível, aberta e viva. Uma filosofia encarnada — menos tese e mais travessia.

Para quem busca mais perguntas do que respostas.